Espaços que se comunicam, estandes com a essência do design biofílico e neuroarquitetura na busca pelas emoções e sensações diferenciadas. 
Muitos espaços explorando os 5 sentidos para causar percepções agradáveis e sensoriais aos visitantes. 
Para entendermos o presente, muitas vezes precisamos olhar para o passado, e praticando este exercício de voltar no tempo, relembro mais de 10 anos que visito a Revestir: ela se resumia em espaços para exposição de produtos e negócios. Estandes focados em atender representantes e lojistas.

Foto: Miriam Runge

Como já foi a Expo

Em 2016 e 2017 era difícil encontrar produtos coloridos, tudo muito cinza, estaríamos vivendo uma época mais neutra? Estaríamos buscando formas e cores mais discretas? As cores vivas eram raras e pontuais.
Já em 2018 e 2019 as redes sociais entram na expo e transformam os estandes em espaços experienciais: as marcas entendem que existe uma divulgação paralela que também é informativa e formadora de opinião. E os “youtubers” começam a circular pelos corredores... vídeos e fotos na intensa produção de conteúdo. É a fase da tecnologia onde projeções e tablets interativos também começam a aparecer.
Chega então o ano de 2020. 
O fantasma do vírus já incomoda a mente do visitante, muitas pessoas evitam os estandes estrangeiros, abraços e conversas próximas começam a ser evitados. A feira é rápida, tensa. E isso culmina com o cancelamento da versão presencial em 2021 que aconteceu apenas de forma online. Na versão híbrida em 2022, algumas marcas ainda se reestruturavam do impacto causado pela pandemia mundial. 

Foto: Miriam Runge

A “nova” 21ª edição

Em 2023 a ExpoRevestir volta com tudo, de casa nova, maior, mais colorida e focada totalmente na experiência. E neste ponto, a Neuroarquitetura, que também desponta no cenário, está presente em muitos estandes e contribui para uma feira divertida e sensorial.
Estandes com experiências criativas, corredores misteriosos para novas abordagens, espaços instagramáveis, interatividade: você pode tocar, sentar, perguntar, sentir. Não apenas o sentido visual foi explorado, mas também o olfativo através de aromas, a audição através das músicas e playlists disponíveis para você escanear um QRCODE com seu celular. Quando desejamos registrar um momento que estamos vivendo acontece o que chamamos na Neuroarquitetura de “SAVORING”, o desejo de captar e compartilhar algo que te faz feliz. O desejo de mostrar aos outros para que também possam viver aquele momento exclusivo, e a feira foi recheada de locais que proporcionaram sensações assim.

Foto: Miriam Runge

Pura Neuroarquitetura quando trazemos a valorização e exploração dos 5 sentidos para a expo, quando o design biofílico entra forte através de vegetação, iluminação, curvas e texturas. Quando os estandes são locais onde se QUER ficar, conversar, simplesmente ESTAR. É a arquitetura ocupando novamente o espaço de protagonista na expo. Espaços criados para pessoas, não apenas para negócios. 
Assim foi a 21ª edição da REVESTIR apresentando mais de 300 marcas em quase 62mil metros quadrados do São Paulo EXPO. O novo endereço da feira a partir de 2023, muito maior, com mais estrutura, mais arquitetura, mais diversidade, mais inclusão e muitas, muitas cores... mas isso já é outra conversa: você adivinha qual a cor predominante nos estandes e que é uma super tendência inclusive na moda? Acompanhe o blog que em breve eu te conto!!

Texto por Miriam Runge, arquiteta, especialista em NeuroArquitetura e professora de pós-graduação, visitou a feira a convite da PERSOL para trazer os principais acontecimentos e suas impressões sobre os espaços e produtos.